Eu sou feita de Sonhos interrompidos detalhes despercebidos Sou feita de Choros sem ter razão pessoas no coração atos por impulsão Sinto falta de Lugares que não conheci experiências que não vivi momentos que já esqueci Eu sou Amor e carinho constante distraída até o bastante não paro por instante" Martha Medeiros
terça-feira, 17 de agosto de 2010
Aprendendo a Perdoar
Perdoar alivia, diminui o sofrimento e melhora a qualidade de vida.
Perdoar é caminhar através da dor. É aprender a conviver com o imperfeito e aceitar o outro como ele é: um ser humano e não divino, alguém que pode pisar na bola. Pode não cumprir o que se espera dele. Para perdoar é fundamental enxergar o outro como um todo. É preciso separar o erro que foi cometido daquilo que é maior naquela pessoa. Ele cometeu um erro, não é o erro.
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A capacidade de perdoar não é um talento nato, é uma coisa que você desenvolve ao longo da vida. Quanto mais madura a pessoa é, mais capacidade ela tem de perdoar. As pessoas amadurecidas toleram mais, entendem mais o que é um relacionamento, o que pode esperar da outra pessoa. Quem nunca perdoa com certeza está sofrendo. Deve ter uma série de situações do passado que não conseguiu resolver. Com o tempo, foi ficando dura, inflexível. É preciso se exercitar para manter a capacidade de perdoar.
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O perdão é importante pata o bem-estar mental, sim. O Perdão tem a ver com qualidade de vida, com estabilidade emocional. Tem gente que não perdoa e continua remoendo a situação por muito tempo, mesmo quando o outro já mudou de vida, ou nem está mais aqui. Essas pessoas colocam no outro a culpa por toda a sua infelicidade. Isso ocorre muito: a pessoa cria um algoz, um seqüestrador, alguém que é a causa do seu sofrimento. Se conseguir perdoar sai do cativeiro.
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Existem passos para chegar ao perdão. Um dos exercícios mais importantes é se colocar no lugar do outro. No caso de uma traição por exemplo, a mulher pode tentar se colocar no lugar do homem e ver o que aconteceu, pela perspectiva dele. Pode ser que tenha sido um deslize, um impulso, uma outra necessidade que le foi suprir. O que aconteceu pode ter a ver com a história anterior dele com outras relações amorosas, com desejos inconscientes, coisas que às vezes nem o outro entende. Outra coisa importante nesse exercício é perceber como o outro está te vendo. Com certeza você está se sentindo traída, mas é possível que ele também esteja. Entender isso pode ajudar no processo.
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Às vezes a pessoa não perdoa porque, quando olha o outro, só enxerga dor. Esse é o problema. Se tudo que ela enxerga no outro é dor, é porque a dor é dela. A atitude do outro pode ter reavivado essa dor, mas o sentimento sempre esteve ali. Existem várias pessoas que puderam perdoar porque localizaram a origem daquela mágoa. Daí entenderam como essa dor chegou e se instalou com tanta força.
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Não, não é necessário perdoar sempre. As religiões defendem isso. Mas existe também um compromisso com a vida. A autopreservação é o mais importante. Quem perdoa o tempo todo, sem parar, pode provocar um estado de humilhação prejudicial à sua auto-estima. Antes de mais nada, qualquer pessoa tem que se respeitar como ser humano. Existem coisas imperdoáveis, e elas são diferentes para cada pessoa. É preciso respeitar esses limites.
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O perdão pode ser só interno ou precisa ser colocado para fora. Existem situações em que é preciso externar o perdão. Se você não diz que perdoou, o outro pode continuar se sentindo culpado, e fica difícil restabelecer um vínculo. Em outras ocasiões quando não existe chance de reconciliação, o perdão não precisa ser externado. Na hora que perdoa, sente um alívio que tem a ver com ela, não com o outro. É como se tomasse um banho. E aí pode tocar a sua vida de um jeito melhor.
Luiz Cuschnir - Psicoterapeuta
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